Diverticulite aguda: um problema mais sério do que parece
Nos casos graves, pode haver complicações que colocam a vida do paciente em risco, sendo necessárias cirurgias de urgência. Saiba tudo sobre a diverticulite aguda!
A diverticulite pode se tornar um problema sério, caso os seus sintomas não recebam a devida atenção. A doença é caracterizada pela inflamação dos divertículos – saliências gastrointestinais presentes nas paredes do intestino, principalmente no cólon, que retém pequenas quantidades de fezes.
Quando leve, ela costuma ser assintomática ou apresentar sintomas brandos como estufamento da barriga e dor. Já os casos graves podem colocar a vida do paciente em risco e exigir cirurgias de urgência, que podem ser feitas por cirurgião geral ou por médico especialista.
Os divertículos surgem, geralmente, em adultos com mais de 40 anos e são mais frequentes em indivíduos com prisão de ventre ou com dieta alimentar pobre em fibras. As saliências, por si sós, não causam malefícios ao organismo. O problema é quando essas estruturas inflamam, podendo lesionar o intestino ou provocar abcessos no local e contribuir para a proliferação de bactérias e o risco de infecção.
De acordo com o Colégio Brasileiro de Cirurgiões (CBC), a condição afeta cerca de 30% da população geral de 45 a 70 anos de idade, 50% das pessoas com 70 a 85 anos, e 65% dos idosos com mais de 85 anos. Além disso, a diverticulite apresenta frequência maior no mundo ocidental, marcado por dietas à base de carboidratos refinados, proteínas e pouca fibra.
Segundo os especialistas, não é possível prever com certeza como o quadro de cada paciente com diverticulite irá evoluir. Sendo assim, é importante estar atento aos sintomas, manter os exames em dia e procurar um médico assim que sinais forem percebidos.
Causas e sintomas
A inflamação dos divertículos pode acontecer em consequência do envelhecimento porque, nessa fase, há perda da elasticidade da musculatura do intestino, o que favorece que pequenos pedaços de fezes fiquem no local, ocasionando o problema.
Outras causas comuns para a doença incluem tabagismo, constipação, obesidade e sedentarismo. Conforme a Secretaria de Saúde do Estado de Goiás, fatores genéticos também devem ser considerados. Atualmente, são estudados os genes que determinam alterações nas fibras da musculatura, responsáveis pelo processo de contração intestinal e aparecimento de divertículos.
Além disso, a diverticulite é uma inflamação que pode ser causada por perfuração induzida por droga ou por agressão ao cólon, estando sujeita a complicações graves.
Os quadros críticos da doença provocam dor intensa, que pode ser acompanhada de febre, vômito e sangue nas fezes. Conforme o CBC, possíveis complicações agudas são perfurações do intestino – com liberação de seu conteúdo para a cavidade abdominal, gerando infecções perigosas –, hemorragia, obstrução e peritonite – inflamação da membrana presente na cavidade abdominal que envolve os órgãos internos, inclusive o intestino.
Diagnóstico da diverticulite
O início do diagnóstico é feito a partir da observação dos sintomas, do histórico e da investigação clínica. Nos casos em que há suspeita de diverticulite, o médico pode pedir a realização de exames, como a tomografia de abdômen.
Como os sintomas da diverticulite podem se confundir com os de um tumor, a colonoscopia pode ser indicada após o período de crise da diverticulite, para descartar essa possibilidade. A colonoscopia é evitada durante o episódio de crise porque o instrumento utilizado durante o exame aumenta as chances de perfuração do órgão.
Tratamentos
O tratamento para a diverticulite é orientado pelo médico conforme a causa do problema e a intensidade dos sintomas. Os casos leves podem ser tratados com medicamentos, como antiinflamatórios e analgésicos, para aliviar os sintomas, e antibióticos, além de hidratação e reeducação alimentar.
Já nos casos graves, a internação é necessária para aplicação de medicamentos por via intravenosa e avaliação da possibilidade de cirurgia. O procedimento cirúrgico, quando necessário, pode ser feito por meio de punção para drenagem do pus ou cirurgia para retirada da parte do intestino afetada.
Prevenção da diverticulite
Conforme ressaltado pela Secretaria de Saúde do Estado de Goiás, buscar um estilo de vida mais equilibrado pode ajudar na prevenção à formação de divertículos e, consequentemente, da diverticulite. Recomenda-se, assim, o aumento do consumo de alimentos que contenham fibras, como legumes, verduras, grãos e frutas com casca.
Beber bastante água, manter-se dentro de uma dieta saudável, fugir da obesidade, não fumar e praticar exercícios físicos regulares também são maneiras de se prevenir.