Quando começa a black friday 2025?
A Black Friday tornou-se um dos eventos de varejo mais significativos do calendário global, um período sinônimo de descontos massivos, filas virtuais e uma corrida frenética para garantir as melhores ofertas. No entanto, para o consumidor menos avisado, a data pode ser confusa. As promoções parecem começar mais cedo a cada ano, transformando o que era um único dia em uma semana inteira ou até mesmo em um mês de ofertas. A pergunta central que milhões de consumidores se fazem é: quando começa a Black Friday de verdade?
Para responder a essa pergunta de forma completa, é preciso ir além de simplesmente marcar uma data no calendário. É necessário entender a origem do termo, sua data oficial e, o mais importante, a sua evolução no cenário do varejo moderno, especialmente no Brasil. Este guia detalhado desvendará não apenas a data, mas todo o fenômeno cultural e econômico que a Black Friday representa.
A Origem: Desvendando o Mito por Trás da Black Friday
Contrariamente à crença popular, a Black Friday não começou como uma celebração do varejo. O termo tem raízes surpreendentemente sombrias, o que explica a escolha da palavra “negra”.
O Caos na Filadélfia e o Termo “Negro”
A história mais aceita sobre a origem do termo remonta à cidade da Filadélfia, nos Estados Unidos, durante as décadas de 1950 e 1960. O termo “Black Friday” foi cunhado pela polícia local para descrever o caos que se instaurava na cidade no dia seguinte ao Dia de Ação de Graças. Esse dia marcava o início da temporada de compras de Natal e, além disso, coincidia com um grande jogo de futebol americano entre o Exército e a Marinha. A cidade era invadida por hordas de compradores e turistas, resultando em congestionamentos gigantescos, calçadas lotadas e um aumento significativo nos furtos em lojas. Para os policiais, que tinham seus dias de folga cancelados e eram forçados a trabalhar em turnos exaustivos, aquele era um dia “negro”.
A Transição para o Lucro: Saindo do “Vermelho”
O varejo, naturalmente, não gostava dessa conotação negativa. Por décadas, tentou-se renomear o dia para “Big Friday” (Grande Sexta-Feira), mas o termo “Black Friday” já havia se consolidado. Foi somente na década de 1980 que o setor conseguiu dar uma nova e positiva interpretação ao nome. Essa versão alternativa, e agora mais difundida comercialmente, está ligada à contabilidade das lojas. Antigamente, os registros financeiros eram feitos à mão; o prejuízo era anotado em tinta vermelha e o lucro em tinta preta. Segundo essa narrativa, o dia após o Dia de Ação de Graças era o ponto do ano em que, graças ao volume avassalador de vendas, as lojas finalmente saíam “do vermelho” e entravam “no preto” (in the black), garantindo sua lucratividade anual.
A Pergunta Central: Quando Começa a Black Friday Oficialmente?
Com a história em mente, podemos agora responder à pergunta objetiva. A data da Black Friday não é fixa como o Natal; ela é móvel e depende de outra celebração.
A Tradição Americana e o Dia de Ação de Graças
Nos Estados Unidos, o Dia de Ação de Graças (Thanksgiving) é comemorado na quarta quinta-feira do mês de novembro. Esta é a âncora de todo o evento. Por tradição, a Black Friday é, oficialmente, o dia seguinte. Portanto, a data oficial da Black Friday é sempre a quarta sexta-feira de novembro.
O Cálculo Exato da Data a Cada Ano
Isso significa que a data pode variar entre 23 e 29 de novembro, dependendo do calendário do ano. Para sermos práticos e diretos: no ano de 2025, o Dia de Ação de Graças cai em 27 de novembro. Portanto, a Black Friday oficial de 2025 será celebrada no dia 28 de novembro. Esta é a data de referência, o dia em que se espera o clímax das promoções e o maior volume de vendas. No entanto, o varejo moderno mudou drasticamente essa definição.
A Evolução do Evento: Mais do que Apenas um Dia
Se a data oficial é clara, por que vemos anúncios de “Black Friday” aparecendo já no início de novembro? A resposta está na competição acirrada e na mudança do comportamento do consumidor. A pergunta “quando começa a Black Friday” tornou-se complexa.
O Surgimento da “Black Week” e “Black November”
O sucesso estrondoso da data única levou a um problema logístico: concentração excessiva. Sites caíam, lojas físicas ficavam perigosamente lotadas e os serviços de entrega entravam em colapso. Para diluir esse tráfego e capturar o consumidor antes do concorrente, os varejistas começaram a esticar o evento. Primeiro, surgiu a “Black Week” (Semana Black), que engloba a semana inteira que antecede a sexta-feira oficial. As lojas lançam “esquentas” ou “ofertas de aquecimento” para prender a atenção do cliente. Mais recentemente, consolidou-se o “Black November” ou “Mês Black”. Durante todo o mês de novembro, as lojas promovem descontos, muitas vezes com a promessa de que o preço não será menor na data oficial.
A Antecipação das Ofertas: Por que as Lojas Começam Mais Cedo?
Existem várias razões estratégicas para essa antecipação. A primeira é a gestão de estoque e logística. Distribuir as vendas ao longo de trinta dias é imensamente mais gerenciável do que concentrá-las em 24 horas. A segunda é a captura de orçamento. O consumidor tem um limite de gastos; a loja que faz a oferta atraente primeiro tem mais chances de garantir aquela venda, antes que o cliente gaste seu dinheiro em outro lugar. Por fim, cria-se um senso de urgência contínuo, mantendo o consumidor engajado e monitorando as ofertas por semanas.
A Black Friday no Contexto Brasileiro
No Brasil, a Black Friday foi importada e adaptada. Ela não possui a âncora cultural do Dia de Ação de Graças, sendo um evento puramente comercial.
A Chegada e Adaptação ao Mercado Nacional
A primeira Black Friday organizada no Brasil ocorreu em 2010, focada exclusivamente no comércio eletrônico. Foi uma iniciativa de sites que buscavam replicar o sucesso americano. A data foi mantida, a quarta sexta-feira de novembro, mas seu propósito inicial era impulsionar as vendas online antes do Natal. Com o tempo, o varejo físico também abraçou o evento, tornando-o a data mais importante do segundo semestre para todo o setor comercial.
A “Black Fraude” e a Conquista da Confiança
O início da Black Friday no Brasil foi marcado por um problema sério de credibilidade. Muitos consumidores perceberam que algumas lojas inflacionavam os preços nas semanas anteriores para então aplicar um desconto falso na data, uma prática que ficou pejorativamente conhecida como “a metade do dobro”. Esse fenômeno gerou o apelido de “Black Fraude”. Foi necessária uma forte atuação de órgãos de defesa do consumidor, como o Procon, e o surgimento de ferramentas de monitoramento de preços para que o mercado ganhasse maturidade. Hoje, embora a prática ainda exista, os consumidores estão mais educados e as grandes lojas se esforçam para construir credibilidade com descontos reais.
Além da Sexta-Feira: O Ecossistema de Descontos
A Black Friday não termina na sexta-feira. Ela é o pontapé inicial para um período que se estende, criando um ecossistema de promoções.
A Conexão com a Cyber Monday
Imediatamente após o fim de semana da Black Friday, acontece a Cyber Monday (Segunda-Feira Cibernética). Este evento foi criado nos Estados Unidos em 2005 para incentivar as compras online. Na época, a Black Friday era dominada pelas lojas físicas. A Cyber Monday era o dia em que os consumidores, de volta ao trabalho na segunda-feira, usavam os computadores de alta velocidade de seus escritórios para comprar online. Hoje, as linhas se tornaram difusas. A Black Friday é massivamente digital, e a Cyber Monday funciona como uma extensão, muitas vezes focada em produtos de tecnologia e eletrônicos, ou como uma última chance para quem perdeu as ofertas da sexta-feira.
Como se Preparar Estrategicamente para as Ofertas
Saber quando começa a Black Friday é apenas o primeiro passo. Para realmente aproveitar o evento, o consumidor precisa de estratégia e planejamento, especialmente porque as ofertas estão espalhadas por todo o mês de novembro.
Planejamento e Pesquisa: O Segredo do Sucesso
A compra por impulso é a maior armadilha da Black Friday. Para evitar gastos desnecessários ou falsos descontos, o planejamento é essencial. O ideal é que o consumidor crie uma lista de desejos com antecedência, definindo exatamente quais produtos pretende adquirir. Junto a isso, é fundamental estabelecer um orçamento máximo. Essa lista ajuda a manter o foco e a diferenciar necessidades reais de desejos momentâneos criados pelo marketing agressivo da data.
Ferramentas Essenciais: Monitoramento de Preços
Para combater a “Black Fraude”, a melhor arma do consumidor é a informação. É crucial começar a monitorar os preços dos produtos desejados semanas ou até meses antes de novembro. Existem diversas ferramentas online, como comparadores de preço e extensões de navegador, que mostram o histórico de valores de um item nos últimos 30, 60 ou 90 dias. Dessa forma, é possível verificar se o desconto oferecido na Black Friday é genuíno ou se o preço foi inflacionado anteriormente.
Segurança em Primeiro Lugar: Evitando Golpes Online
O período é também um prato cheio para golpistas. Sites falsos que imitam grandes varejistas e ofertas milagrosas enviadas por e-mail ou aplicativos de mensagens são comuns. O consumidor deve verificar a reputação da loja em sites de reclamação. É importante desconfiar de preços que parecem bons demais para ser verdade e sempre verificar se o site possui certificados de segurança (o cadeado ao lado do endereço web). Optar por métodos de pagamento seguros, como cartão de crédito, que permite o estorno em caso de fraude, é mais recomendado do que transferências diretas ou PIX para lojas desconhecidas.
Conclusão: A Black Friday como Fenômeno Cultural
Então, quando começa a Black Friday? A resposta é dupla. Oficialmente, ela começa na quarta sexta-feira de novembro, o dia seguinte ao Dia de Ação de Graças americano. Em 2025, esta data é 28 de novembro. No entanto, na prática, a Black Friday começa no dia 1º de novembro. Ela evoluiu de um único dia de caos na Filadélfia para um fenômeno econômico global que dura um mês inteiro, redefinindo os hábitos de consumo e marcando o início da temporada de compras mais importante do ano. Para o consumidor, ela representa uma excelente oportunidade de economia, desde que navegada com planejamento, pesquisa e cautela.