Cuidados com a pele e o bem-estar são cada vez mais importantes para os brasileiros

Se por um lado a pandemia reduziu as atividades relacionadas ao lazer e à interação social, por outro, intensificou a busca pelo bem-estar. Mesmo durante a quarentena, o setor de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos (HPPC) cresceu 5,8% em comparação a 2019. A maior alta foi nos produtos de skincare (21,9%). Você sabia que os cuidados com a pele e o bem-estar são cada vez mais importantes para os brasileiros? Veja o artigo:

Esses dados deixam claro que menos interação não é sinônimo de falta de cuidado — pelo contrário! A crise sanitária revelou que as pessoas desejam se sentir bem consigo mesmas, independentemente de onde ou com quem estejam.

Além disso, o Brasil ocupa o quarto lugar no ranking mundial de mercado de beleza e cuidados pessoais. E duas grandes tendências têm movimentado esse setor: a digitalização e a busca por um consumo mais consciente. 

Novos hábitos de higiene e beleza

O período de isolamento social promoveu uma grande mudança nos hábitos de consumo das pessoas. Reflexo disso é a queda nas vendas de categorias que costumavam estar em alta, como maquiagem, desodorantes e marcas de luxo do segmento.

Outras categorias, como produtos para pele, fragrâncias, itens para banho e produtos de higiene oral, estão em alta. O que demonstra que os consumidores estão dando mais valor aos cuidados e à higiene pessoal.

Em entrevista à agência Gear SEO, Luiz Romancini, dermatologista, co-fundador e diretor de produtos (CPO) da Skelt e da Creamy, nativas digitais do ramo cosmético e de beleza, falou sobre essa tendência.

“Vemos um crescente consumo de produtos para a pele nos últimos anos e isso se deve a uma série de fatores. O acesso à informação hoje possibilitou que consumidores conheçam sobre ingredientes, produtos, tratamentos e marcas”, disse ele.

Romancini também destaca que, no início da pandemia, houve um aumento na procura por autocuidado e bem-estar. “Nesse mesmo período, vimos muitas marcas novas surgirem com comunicação e preços mais atrativos a consumidores que até então não consumiam esse tipo de produto”.

“Hoje, temos um consumidor mais informado, mais crítico e muito mais conhecedor de marcas e de produtos do que há alguns anos atrás”, conclui o dermatologista.

De acordo com um estudo da Kantar, realizado na América Latina durante o primeiro trimestre de 2021, há algumas mudanças definitivas no mercado de HPPC. Entre as principais, estão: 

  • a saúde virou prioridade para consumidores;
  • as rotinas de beleza e cuidados com a pele são mais simples para quem trabalha em home office;
  • o pós-pandemia está impulsionando o mercado brasileiro de HPPC;
  • o e-commerce está crescendo na categoria de HPPC.

Valorização de produtos sustentáveis

Com o aumento no nível de conhecimento do consumidor, consequentemente, os produtos sustentáveis têm sido mais valorizados de forma geral. Tanto por questões de saúde quanto por consciência social e ambiental. Inclusive, essa é uma tendência que abrange os setores, sendo uma forte característica da Indústria 4.0. 

De acordo com dados disponibilizados no Caderno de Tendências de 2019-2020, feito pelo Sebrae em parceria com a ABIHPEC (Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos), 73% dos consumidores concordam em pagar mais caro por produtos e marcas sustentáveis. 

“A responsabilidade ecológica é uma necessidade universal, não só das marcas de cosméticos, mas de toda a indústria”, afirma Luiz.

Em relação ao consumidor, a dermatologista afirma que as políticas ambientais são bem-vistas. Entre elas, ele cita “uso de refis, embalagens recicláveis, logística reversa de embalagens e uso de matérias-primas recicláveis, biodegradáveis, reutilizáveis ou recicladas”. Ainda falando sobre essa questão, mas sob a perspectiva de posicionamento das suas empresas, ele declara: “hoje damos prioridade a esse tipo de insumo”. 

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